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Uma das grandes estrelas brasileiras chegou nessa semana aos 70 anos de idade, na ativa e indispensável aos tempos sombrios de agora
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Nos anos 1970, ela se converteu em mito sexual, na TV e no cinema - um objeto de desejo.
Seus três filmes mais importantes fizeram história no cinema brasileiro, produzidos entre 1976 e 81 — “Dona Flor e seus dois maridos”, de Bruno Barreto; “A dama do lotação”, de Neville D’Almeida; e “Eu te amo”, de Arnaldo Jabor.
Na cena final de 'Dona Flor', com Mauro Mendonça e José Wilker |
A par das qualidades, foram grandes êxitos de público - e Sônia Braga também ficou conhecida como a rainha das bilheterias.
As fronteiras do Brasil ficaram pequenas para ela - e Sônia filmou com Robert Redford e Clint Eastwood.
Com o primeiro, teve um longo romance.
Com Robert Redford |
Concorreu ao Globo de Ouro, ao Emmy e ao Bafta.
Em 8 de junho último, a paranaense de Maringá completou 70 anos.
Talvez não seja mais páreo para as pin-ups do momento, mas segue gloriosa.
A Sônia setentona virou a musa de Kleber Mendonça Filho em dois filmes que nunca serão suficientemente elogiados, “Aquarius” e “Bacurau”.
Em cena de 'Aquarius' |
No primeiro, de 2016, com toda a equipe, participou daquele histórico protesto na escadaria do Palais de Cannes.
Os cartazes, denunciando a situação política no Brasil, ganharam projeção pelo mundo.
Com seus colegas de elenco, protestando em Cannes |
Evidentemente, Sônia e o diretor entraram na mira das milícias, mas não se intimidaram.
No ano passado, voltaram a Cannes e foram premiados com “Bacurau”.
Novamente em Cannes, agora para a estreia de 'Bacurau' |
Assim, vale lembrar a trajetória dessa mulher que não briga com o tempo e exibe as rugas pelo que são — a expressão de uma bela história de vida.
Nascida no Paraná, criou-se em São Paulo.
Aos 14 anos, começou a fazer teleteatro e programas infanto-juvenis.
Em 1968 fez sua estreia no cinema, num filme que se tornou marco — foi uma das vítimas em “O bandido da luz vermelha”, de Rogério Sganzerla.
No ano seguinte, estreou na TV — Odília em “A menina do veleiro azul” - e não parou mais: “Irmãos coragem”, “Selva de pedra”, “Vila sésamo”, “Fogo sobre terra”.
Em cena de 'Vila Sésamo' com o boneco Gugu |
Em 1975, a consagração como “Gabriela”, na novela da Globo, seu primeiro encontro com Jorge Amado.
Na icônica 'cena do telhado' na novela "Gabriela' |
O resto é história.
No cinema, deu vida a “Dona Flor”, outra heroína de Jorge Amado e mexeu com a libido dos brasileiros em plena ditadura militar como Solange, em “A Dama do Lotação” - de Neville de Almeida - e Maria, em “Eu te amo” - de Arnaldo Jabor.
Em 'A Dama do Lotação' |
A volta à TV foi espetacular: deu vida à icônica Júlia Mattos em “Dancin’ Days”, de 1978, na onda das discotecas.
Em cena de 'Dancin’ Days' |
Em 1985, o tríplice papel no longa “O Beijo da Mulher Aranha”, de Hector Babenco, lançou-a internacionalmente.
Em foto promocional de 'O Beijo da Mulher Aranha' |
Seguiram-se “Luar Sobre Parador”, “Rebelião em Milagro”, “Rookie — um profissional em perigo”, “Amazônia em chamas” ...
Novamente no Brasil e com direção de Bruno Barreto, foi de novo Gabriela, agora no cinema em 1983, e desta vez com o astro italiano Marcello Mastroianni como Nacib.
Com Marcello Mastroianni, em cena do longa 'Gabriela' |
Em 1996, sob a direção de Cacá Diegues, viveu sua terceira heroína de Jorge Amado: “Tieta do Agreste”.
Em cena de 'Tieta do Agreste' |
Dez anos e vários filmes e séries americanas depois — “Sex and the City”, “Law and Order, “CSI: Miami” – venceu, graças à Clara de “Aquarius”, muitos prêmios de interpretação nos festivais de Biarritz e Lima.
Com Kim Katrall, em cena de 'Sex and City' |
Foi eleita a melhor atriz pela Associação de Críticos de San Diego, vencendo nomes que depois iriam para o Oscar.
Em 2017 interpretou a mãe de Julia Roberts em “Extraordinário”, baseado no livro de R.J. Palacio.
Em cena de 'Extraordinário' |
Em 2019, teve aquela cena espetacular com Udo Kier em Bacurau.
Sônia já disse que desistiu de ter filhos para focar na carreira
Teve grandes amores, mas sempre foi discreta, são coisas de foro íntimo.
Divide-se entre casas em Nova York e no Brasil.
Com o diretor Kleber Mendonça Filho |
Tantos filmes em língua inglesa lhe garantiram o Green Card.
E ela segue, Diva, altiva, grande atriz.
Lá e cá.
Imagens:
Variety, The Hollywood Reporter, CBS, Globo, AFP, Memória Globo, Isto É
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