O Festival de Woodstock foi idealizado pelo produtor Michael Lang para ser "apenas" uma celebração hippie, uma festa com algumas bandas e um público modesto. Mas fatores diversos, como o recrudescimento da Guerra do Vietnã e a mobilização em torno de direitos civis nos EUA, por exemplo, ampliaram o seu apelo.
Ainda hoje é considerado o principal festival da história da música pop de todos os tempos,ao reunir no mesmo palco Jimi Hendrix, The Who, Janis Joplin, Joan Baez (grávida de seis meses) e dezenas de artistas que se apresentaram para cerca de 400 mil pessoas.
Mas não era para ser assim.
Nick e Bobbi Ercoline (fotos acima) foram imortalizados na capa do disco original
Ainda hoje é considerado o principal festival da história da música pop de todos os tempos,ao reunir no mesmo palco Jimi Hendrix, The Who, Janis Joplin, Joan Baez (grávida de seis meses) e dezenas de artistas que se apresentaram para cerca de 400 mil pessoas.
Mas não era para ser assim.
Nick e Bobbi Ercoline (fotos acima) foram imortalizados na capa do disco original
de ”Woodstock”, lançado em 1970, e também no pôster do filme.
Hoje, continuam juntos.
A maior parte do público pagou US$ 18 (cerca de R$ 35) para assistir a 32 apresentações entre 15 e 17 de agosto de 1969 --mas um número considerável de gente "pulou a cerca" da fazenda em Bethel, cidadezinha a 129 km de Nova York.
Mesmo sob tempestade e lama, enfrentando engarrafamentos e com estrutura mínima, o público comportou-se de acordo com o lema hippie "paz e amor".
Nesses três dias que semearam o caminho do renascimento americano nos anos 70, "também não faltou uma grande quantidade de drogas", como lembrou Michael Shrieve, baterista da banda de Santana, ao reconhecer que sua experiência em Woodstock melhorou com o tempo."Se investiu muito dinheiro para tentar imitar o que vivemos, mas nunca funcionou", disse Michael Carbello, o percussionista da banda, que participou da Feira de Música e Arte de Woodstock, nesta semana.
"Se alguém diz que ficou bem em Woodstock, é porque não estava lá", afirmou Shrieve, lembrando que, além dos problemas de higiene vividos pela multidão que se amontoou em Bethel, justamente aquelas drogas que eram idolatradas acabaram "com uma longa lista de grandes pessoas que já não estão mais conosco".
Crítico do "New York Times", Jon Pareles esteve em Woodstock e contou no jornal, dias atrás, suas impressões - na época ele não trabalhava na publicação -: "Woodstock deu a praticamente todos os envolvidos - público pagante, gente que invadiu o evento, músicos, médicos, polícia - um senso de troca de humanidade e cooperação. Durante aquele fim de semana, as pessoas trataram as outras com gentileza". Gentileza que, ao que parece, é o sentimento que mais faz falta nos dias atuais.
Após 40 anos, Woodstock continua sendo parâmetro para os principais festivais de música do mundo. "Woodstock uniu música, cultura e contestação politica e marcou uma geração. Apesar de ter sido feito de forma muito precária para os padrões atuais, foi a única coisa boa que a Guerra do Vietnã deixou. O conceito de paz, amor e música está no inconsciente, ou consciente, de todo festival de música produzido desde então", afirma Luiz Oscar Niemeyer (produtor dos shows brasileiros de gente como Radiohead, U2, Rolling Stones).
Do Who iniciando show às 4 da manhã e tocando "My Generation" a Hendrix, em estupendo solo do Hino Nacional Americano, e depois quebrando as cordas da guitarra em "Red House", Woodstock foi o ápice terreno da utopia hippie. Quatro meses depois, o sonho morreria no Altamont Festival, onde um homem foi assassinado pelos Hell's Angels (que faziam a segurança do evento) durante show dos Rolling Stones.
"O público conseguiu que Woodstock funcionasse e fosse algo incomparável", disse recentemente Joel Rosenman,outro dos organizadores.
Rosenman, Michael Lang e Artie Kornfeld, as outras mentes que, nas palavras do primeiro, fizeram com que "uma ideia boba se transformasse em um acontecimento histórico", descartaram apostar em grandes aglomerações neste 40º aniversário para evitar acontecimentos desagradáveis em uma celebração tão importante.
Lang publicou "The Road to Woodstock", um livro no qual detalha como o festival foi criado e como se tornou um fiasco econômico.
"A única vez em minha vida em que senti algo parecido com o que vivi em Woodstock foi durante a posse do presidente (americano, Barack) Obama, em Washington", reconheceu Lee Blumer, outra das organizadoras do festival.
Para Blumer, o fato de Obama ter sido eleito o primeiro presidente negro dos Estados Unidos é uma demonstração do legado de Woodstock, ponto de vista compartilhado pelo cineasta Michael Wadleigh, diretor do documentário "Woodstock" ,que ganhou o Oscar de melhor documentário em 1971. O filme, acaba de ser lançado aqui no Brasil em uma caprichada caixa com três DVDs.
Wadleigh ainda afirmou que "Obama jamais teria sido eleito se os anos 60 não tivessem existido".
Woodstock, hoje, não passa despercebido, já que é o protagonista de inúmeras exposições, assim como de programas comemorativos na TV,de discos lançados com a música daquele verão de 1969, e inúmeros livros e matérias especiais.
E em janeiro do ano que vem, chega aos cinemas brasileiros "Aconteceu em Woodstock", de Ang Lee, baseado em livro homônimo de Elliot Tiber e Tom Monte, que já está nas livrarias daqui.
Não coloquei nenhuma música nessa postagem propositalmente. As fotos abaixo já dizem muito:
Woodstock ainda é "uma bela referência a uma época em que a energia vital
da juventude impregnava o ar, e todo sonho parecia possível".
A maior parte do público pagou US$ 18 (cerca de R$ 35) para assistir a 32 apresentações entre 15 e 17 de agosto de 1969 --mas um número considerável de gente "pulou a cerca" da fazenda em Bethel, cidadezinha a 129 km de Nova York.
Mesmo sob tempestade e lama, enfrentando engarrafamentos e com estrutura mínima, o público comportou-se de acordo com o lema hippie "paz e amor".
Nesses três dias que semearam o caminho do renascimento americano nos anos 70, "também não faltou uma grande quantidade de drogas", como lembrou Michael Shrieve, baterista da banda de Santana, ao reconhecer que sua experiência em Woodstock melhorou com o tempo."Se investiu muito dinheiro para tentar imitar o que vivemos, mas nunca funcionou", disse Michael Carbello, o percussionista da banda, que participou da Feira de Música e Arte de Woodstock, nesta semana.
"Se alguém diz que ficou bem em Woodstock, é porque não estava lá", afirmou Shrieve, lembrando que, além dos problemas de higiene vividos pela multidão que se amontoou em Bethel, justamente aquelas drogas que eram idolatradas acabaram "com uma longa lista de grandes pessoas que já não estão mais conosco".
Crítico do "New York Times", Jon Pareles esteve em Woodstock e contou no jornal, dias atrás, suas impressões - na época ele não trabalhava na publicação -: "Woodstock deu a praticamente todos os envolvidos - público pagante, gente que invadiu o evento, músicos, médicos, polícia - um senso de troca de humanidade e cooperação. Durante aquele fim de semana, as pessoas trataram as outras com gentileza". Gentileza que, ao que parece, é o sentimento que mais faz falta nos dias atuais.
Após 40 anos, Woodstock continua sendo parâmetro para os principais festivais de música do mundo. "Woodstock uniu música, cultura e contestação politica e marcou uma geração. Apesar de ter sido feito de forma muito precária para os padrões atuais, foi a única coisa boa que a Guerra do Vietnã deixou. O conceito de paz, amor e música está no inconsciente, ou consciente, de todo festival de música produzido desde então", afirma Luiz Oscar Niemeyer (produtor dos shows brasileiros de gente como Radiohead, U2, Rolling Stones).
Do Who iniciando show às 4 da manhã e tocando "My Generation" a Hendrix, em estupendo solo do Hino Nacional Americano, e depois quebrando as cordas da guitarra em "Red House", Woodstock foi o ápice terreno da utopia hippie. Quatro meses depois, o sonho morreria no Altamont Festival, onde um homem foi assassinado pelos Hell's Angels (que faziam a segurança do evento) durante show dos Rolling Stones.
"O público conseguiu que Woodstock funcionasse e fosse algo incomparável", disse recentemente Joel Rosenman,outro dos organizadores.
Rosenman, Michael Lang e Artie Kornfeld, as outras mentes que, nas palavras do primeiro, fizeram com que "uma ideia boba se transformasse em um acontecimento histórico", descartaram apostar em grandes aglomerações neste 40º aniversário para evitar acontecimentos desagradáveis em uma celebração tão importante.
Lang publicou "The Road to Woodstock", um livro no qual detalha como o festival foi criado e como se tornou um fiasco econômico.
"A única vez em minha vida em que senti algo parecido com o que vivi em Woodstock foi durante a posse do presidente (americano, Barack) Obama, em Washington", reconheceu Lee Blumer, outra das organizadoras do festival.
Para Blumer, o fato de Obama ter sido eleito o primeiro presidente negro dos Estados Unidos é uma demonstração do legado de Woodstock, ponto de vista compartilhado pelo cineasta Michael Wadleigh, diretor do documentário "Woodstock" ,que ganhou o Oscar de melhor documentário em 1971. O filme, acaba de ser lançado aqui no Brasil em uma caprichada caixa com três DVDs.
Wadleigh ainda afirmou que "Obama jamais teria sido eleito se os anos 60 não tivessem existido".
Woodstock, hoje, não passa despercebido, já que é o protagonista de inúmeras exposições, assim como de programas comemorativos na TV,de discos lançados com a música daquele verão de 1969, e inúmeros livros e matérias especiais.
E em janeiro do ano que vem, chega aos cinemas brasileiros "Aconteceu em Woodstock", de Ang Lee, baseado em livro homônimo de Elliot Tiber e Tom Monte, que já está nas livrarias daqui.
Não coloquei nenhuma música nessa postagem propositalmente. As fotos abaixo já dizem muito:
Woodstock ainda é "uma bela referência a uma época em que a energia vital
da juventude impregnava o ar, e todo sonho parecia possível".
Com a inspiração e colaboração de JOSÉ FERNANDO LEITE
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