SINOPSE:
Enola Holmes (Millie Bobby Brown) é uma adolescente cujo irmão, 20 anos mais velho, é o renomado detetive Sherlock Holmes (Henry Cavill).
Quando sua mãe (Helena Bonham Carter) desaparece, fugindo do confinamento da sociedade vitoriana e deixando dinheiro para trás para que Enola faça o mesmo, a menina inicia uma investigação para descobrir o paradeiro dela, ao mesmo tempo em que precisa ir contra os desejos de seu outro irmão, Mycroft (Sam Claflin), que quer mandá-la para um colégio interno só de meninas.
A caminho de Londres, ela conhece um lorde fugitivo (Louis Partridge) e passa a desvendar quem pode estar atrás do garoto e que quer impedir que uma importante reforma na política inglesa aconteça.
CRÍTICA:
Se não é revolução prometida pela Netflix, Enola Holmes é o suficiente para dar ao serviço de streaming uma nova franquia a explorar, já que a história de detetive para adolescentes é encantadora.
Ao menos, ver Henry Cavill como Sherlock e Millie Bobby Brown como sua irmã é um grande prazer.
Baseado no romance de Nancy Springer, a obra mostra a irmã mais nova e menos conhecida do grande detetive Sherlock (Cavill): enquanto ele e seu astuto irmão Mycroft (Sam Claflin) estavam em Londres cuidando de suas vidas, Enola (Bobby Brown) foi criada como uma "criança selvagem" no interior da Inglaterra por sua mãe excêntrica (Helena Bonham Carter), onde aprendeu Shakespeare, filosofia, tênis, arco e flecha e jiu-jitsu.
Tudo muda em seu décimo sexto aniversário, quando sua mãe desaparece e seus irmãos então voltam para casa para lidar com Enola e com o estado da mansão, agora abandonada.
Sherlock até se interessa em investigar a partida da mãe, mas sem urgência e Mycroft só se preocupa mesmo em resolver a vida de Enola, colocando-a em um internato a fim de transformá-la em uma mulher dócil, de fácil aceitação pela sociedade vitoriana inglesa e perfeita para casar com algum nobre.
Só que Enola não quer nada disso.
Seguindo as pistas que sua mãe deixou para trás, ela foge para resolver o mistério, mas a sua busca é prejudicada quando ela cruza com um jovem aristocrata (Louis Partridge), em fuga por razões misteriosas.
Preocupada com injustiças, ela então muda seu objetivo e passa a ajudar o rapaz, no que se torna uma trama de origem que soa um pouco forçada só para colocar Enola no caminho de um momento histórico importante da Inglaterra.
No melhor estilo Deadpool e Fleabag - série o diretor dirigiu alguns episódios - Enola quebra a quarta parede e fala diretamente com o público.
"Ela precisava do espectador nessa jornada e ela fala conosco com mais bravura do que realmente tem. Ela tem aquela arrogância obstinada de uma adolescente que tenta esconder o medo", justifica Millie Bobby Brown em entrevista ao USA Today.
O recurso, bem usado, aproxima o espectador da protagonista, tornando-o cúmplice de Enola a cada cena.
Enquanto a série Fleabag segue uma anti-heroína carismática, imprudente e até egoísta, Enola é perfeita e não possui nada de complexo, embora a jornada para se tornar uma mulher seja também complicada.
Ela é corajosa e rebelde de forma chocante para 1900, mas atualmente já são base para qualquer trama sobre empoderamento.
Tudo que ela faz está dentro do esperado, provavelmente para não chocar e manter a leveza de uma aventura adolescente.
As questões políticas do roteiro de Jack Thorne até falam sobre feminismo, mas de forma juvenil.
O movimento sufragista está no pano de fundo de sua história, mas Enola só se interessa pelo empoderamento para conseguir o que quer.
O longa não discute como a sociedade patriarcal limita suas opções e, para obter um mínimo do respeito de seus irmãos, ela precisa ser praticamente uma super-heroína.
É como se o próprio filme não percebesse que poderia explorar melhor essas questões e trazer mensagens mais positivas.
Ao menos, o longa traz Henry Cavill como uma versão nova e fascinante de Sherlock, sempre arrogante e charmoso.
Ele e Brown tem ótima química, o que ajuda o filme, sem falar que Sherlock é uma boa mudança em relação ao que o ator fez no DCEU e The Witcher - mas o detetive poderia aparecer mais na trama.
Ainda assim, rumores indicam que ele pode ter mais espaço na sequência, o que seria realmente divertido de se ver.
Além disso, o longa acerta com o mistério, fugas ousadas, artes marciais e cenas de ação em geral, sem contar na bela fotografia, direção de arte e no acerto da escalação do jovem Louis Partridge - uma escolha pessoal de Brown e de sua irmã, também produtoras do longa.
O filme empolga e Brown se sente mais à vontade para interpretar a heroína, até por se aproximar da narrativa de Stranger Things.
Com o objetivo de pincelar o assunto do empoderamento e aproveitar o mito de Sherlock, Enola Holmes traz uma heroína adolescente inconformada com sua posição na sociedade, porém incapaz de discutir essa questão realmente.
O longa possui bom ritmo e visual interessante e realmente é uma boa aventura, leve e relaxante.
E Millie Bobby Brown se firma como a melhor promessa de Hollywood dos últimos tempos.
GALERIA DE IMAGENS:
TRAILER:
FICHA TÉCNICA:
ENOLA HOLMES
Título Original:
ENOLA HOLMES
Gênero:
Aventura
Direção:
Harry Bradbeer
Elenco:
Adeel Akhtar, Burn Gorman, Deonne Newby, Fiona Shaw, Frances de la Tour, Gianni Calchetti, Hattie Jackson, Heather Pearse, Helena Bonham Carter, Henry Cavill, Jay Simpson, Joakim Skarli, Louis Partridge, Margaret Wheldon, Millie Bobby
Brown, Paul Parker, Sam Claflin, Sonya Seva, Susan Wokoma, Theo Ip
Roteiro:
Jack Thorne, Nancy Springer
Produção:
Alex Garcia, Ali Mendes, Mary Parent, Millie Bobby Brown, Paige Brown
Fotografia:
Giles Nuttgens
Trilha Sonora:
Daniel Pemberton
Estúdio:
EH Productions, Legendary Entertainment, PCMA Productions, Warner Bros.
Montador:
Adam Bosman
Distribuidora:
Netflix
Ano de Produção:
2020
Data de Estreia:
23/09/2020
Classificação Indicativa:
12 anos
COTAÇÃO DO KLAU:
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