Para essa semana, separei três textos e um artigo muito legais:
CASAMENTO IGUALITÁRIO É APROVADO NO URUGUAI
*****
LÉSBICA É FAVORITA À PREFEITURA DE NY
*****
CARLA BRUNI DEFENDE OS DIREITOS DOS HOMOSSEXUAIS
*****
ARTIGO: 'O FORTÃO DA PAULISTA'
*****
Confira:
CASAMENTO IGUALITÁRIO É APROVADO NO URUGUAI
O grupo Dignidade e Jornalista Donizeti Costa reportam que a Câmara dos Deputados do Uruguai aprovou hoje, por uma grande maioria, o projeto de lei do casamento igualitário, que autoriza e equipara em nome, direitos e obrigações as uniões de casais homossexuais às celebradas entre heterossexuais.
Após um longo e intenso debate, a lei foi aceita com 81 dos 87 votos possíveis depois que o projeto do governista Frente Ampla, que tem maioria na Câmera Baixa, alcançou o apoio de vários legisladores dos partidos opositores Nacional e Colorado.
A norma aprovada minutos após a meia-noite deverá ser ratificada pelo Senado, onde o Governo também tem maioria, e depois promulgada pelo Executivo, o que pode acontecer no início de 2013.
O projeto, que consta de 29 artigos, assinala expressamente que o Código Civil considerará como casamento "a união permanente entre duas pessoas do mesmo ou de diferente sexo", pelo que aos casais formados por dois homens ou duas mulheres serão aplicadas as mesmas normas que aos integrados por um homem e uma mulher.
Divulgação
Fachada da Câmara uruguaia
"Esta lei alcança uma verdadeira igualdade entre todos os cidadãos e afirma essa igualdade, já que todos somos diversos e todos somos iguais diante dela", indicou o deputado da Frente Ampla Julio Bango, encarregado de apresentar o projeto.
O aspecto mais chamativo da nova norma será a regulamentação sobre a ordem dos sobrenomes dos filhos, o que afetará também os casais heterossexuais.
Em vez de o sobrenome paterno ser colocado em primeiro lugar, a lei prevê a possibilidade de os casais heterossexuais optarem por qualquer ordem, assim como farão os homossexuais.
Entre os críticos da iniciativa está a Igreja Católica uruguaia, segundo a qual a palavra "casamento" só pode referir-se à "união estável entre homem e mulher, capazes de ato conjugal com transmissão da vida e baseado no contrato de mútua pertinência", como indicou a hierarquia eclesial nos últimos dias.
Como no Uruguai as igrejas não apitam nada, a pequena nação sul americana continua seguindo na vanguarda dos direitos e diversidade.
Parabéns aos uruguaios.
LÉSBICA É FAVORITA À PREFEITURA DE NY
Segundo matéria publicada pelo jornal DN, de Portugal, a Presidente do Conselho Municipal da Cidade de Nova York, Christine Quinn, lésbica militante, surge em primeiro lugar na pesquisa que aponta os candidatos favoritos à prefeitura da cidade nas próximas eleições.
No estudo da Universidade Quinnipiac, Quinn, do Partido Democrata, aparece com 32% das intenções de voto nas primárias previstas para setembro de 2013, mais do que a soma dos seus quatro adversários.
O candidato democrata, seja ele qual for, ganharia frente aos republicanos apontados como candidatos à presidência da Câmara de Nova York, revela a mesma sondagem.
Michael Bloomberg, independente desde 2007 depois de ter sido republicano, é prefeito da cidade desde janeiro de 2002 - reeleito duas vezes, não pode disputar um quarto mandato.
Divulgação
A democrata Christine Quinn
Apesar de nenhum ser oficial, fala-se numa dúzia de possíveis candidatos à sua sucessão, entre democratas e republicanos.
Quinn é a favorita do lado democrata e Ray Kelly, o chefe da polícia da cidade, de 71 anos, é o republicano com mais intenções de voto.
Seria simplesmente sensacional ter uma lésbica como prefeita de uma das maiores e mais importantes cidades do mundo.
CARLA BRUNI DEFENDE OS DIREITOS DOS HOMOSSEXUAIS
Segundo matéria da revista "Caras", já que agora não é mais a primeira-dama francesa, Carla Bruni decidiu falar mais abertamente acerca de determinados assuntos que antes não abordava.
E foi em entrevista à "Vogue" que a cantora e atriz manifestou a sua opinião acerca dos direitos dos homossexuais.
"Sou a favor do casamento homossexual e da adoção. Tenho muitos amigos, homens e mulheres, que estão nessa situação e não vejo nada de instável nem de perverso nas famílias com pais do mesmo sexo", assegurou a mulher do ex-presidente da França, Nicolas Sarkozy.
Divulgação - revista Caras
A ex-primeira dama francesa Carla Bruni
Bruni, que regressou agora à sua vida profissional, não quis comentar os rumores que falam da possibilidade do marido regressar à vida política.
"A aventura foi bonita, mas agora quero voltar a viver como uma cidadã igual às outras. Este mundo enriqueceu-me muito em termos humanos, abriu-me os olhos e o espírito, mas no fundo não é o meu", afirmou.
Carla diz ainda que não é “militante feminista” e assume o seu lado burguês.
“A minha geração já não tem necessidade de ser feminista, as pioneiras já abriram esse caminho. Adoro a minha vida familiar, de fazer as mesmas coisas todos os dias, de ter um marido. Sou uma verdadeira burguesa”.
A ex primeira-dama vai lançar o seu quarto álbum em 2013 e, enquanto isso, acaba de voltar à sua carreira de modelo, protagonizando uma campanha publicitária.
ARTIGO: 'O FORTÃO DA PAULISTA'
O jornalista Marcelo Coelho escreve todas as sextas no caderno "Ilustrada" da Folha de S.Paulo.
Em seu último artigo, ele abordou os ataques a homossexuais na Av.Paulista - confira:
"O trânsito ali sempre é complicado, mas à noite, com as decorações natalinas, fico pensando se não seria o caso de interditar a avenida Paulista de uma vez.
Estando todos avisados que depois de certo horário só a circulação de pedestres é permitida, pelo menos diminuirá o número dos desesperados que, dentro do carro, esperavam chegar em tempo a seu destino, sem saber que a rua se tornou mais uma atração turística do que um meio racional de circulação.
O passeio pode ser simpático. Puseram árvores de luzinhas que fogem ao esquema habitual. Em vez de troncos com as lâmpadas chinesas enroladas em volta, surgiram espetos de tamanho médio, que durante o dia não se percebem muito, mas à noite se ganham o aspecto de magra e invernal vegetação iluminada.
Crianças pequenas tiram fotos com os pais, passadas as 23h. Adultos descansam sentados em parapeitos, a meio do longo trajeto. Andando por ali, tive sentimentos contraditórios.
Nunca passei o Natal fora do país, mas aquilo podia até ser parecido com Nova York, ou quem sabe Milwaukee. Estava tudo bem até eu ver três garotões de preto, cheios de tachinhas e pulseiras, sem o menor ar de admiração pelos trenós e presépios em volta.
Reprodução - TV Record
Grupos de rapazes são agredidos por homofóbicos com lâmpada fluorescente na Av. Paulista
Sosseguei ao ver que havia um carro de polícia estacionado logo ali. Pensei melhor, identificando os garotos mais com alguma vertente punk do que com neonazistas ou assassinos de homossexuais.
Bem à minha frente, dois jovens japoneses pareciam tomar conhecimento com a Paulista pela primeira vez, e temi pelo que pudesse acontecer com eles.
Algo está certamente errado com um lugar onde, ao mesmo tempo, crianças pequenas apontam para imagens de Papai Noel e homossexuais podem ser espancados e mortos à vista de todo mundo -das crianças inclusive.
Certamente, ataques aos gays existem em qualquer parte da cidade, mas não é casual que episódios desse tipo tenham acontecido várias vezes na avenida Paulista.
Provavelmente, o homofóbico faz questão de tornar especialmente pública a sua ação. Viu que na Paulista, na passeata do orgulho gay, existem muito mais membros dessa tribo do que ele próprio pensava.
O poder de centenas de milhares de gays o intimida. Se existem tantos, que será de mim? É claro que, lá no fundo, ele pensa: "quando chegará a minha vez?".
Pois bem, passado o trauma da multidão, ele gostaria que a avenida voltasse ao normal. Um dia de tolerância aos gays não quer dizer que no resto do tempo a homossexualidade esteja permitida.
É como o machão que, certa vez na infância, no campinho de futebol, bem, você sabe... Mas ele é totalmente heterossexual, claro.
Dizem os alemães que uma vez é igual a vez nenhuma: "einmal ist keinmal". Certo, um dia por ano admite-se a festa do orgulho gay. Cabe ao homofóbico destruir, então, qualquer vestígio do que aconteceu.
Não inovo ao dizer que o fortão da avenida Paulista quer destruir, acima de tudo, o seu próprio medo de ter desejos homossexuais. Procura ingerir a heterossexualidade junto com os anabolizantes.
Deveria pensar que a heterossexualidade, como a dimensão dos músculos, é uma questão de grau.
Um dos sujeitos mais heterossexuais que conheci considerava que, depois dos 40 anos, ter barriga é desejável. Mais do que isso, a ausência de barriga chegava a lhe parecer um bocado suspeita.
Há quem vá além. Soube de um cidadão que, mesmo nos transes da adolescência, nunca teve interesse em se masturbar. "Meu negócio é mulher", dizia ele. E o onanismo, pensando bem, não deixa de ser uma forma de obter prazer com alguém do mesmo sexo.
Que dizer, ademais, de um homem que faz questão de sair com mulheres bonitas? É o que quer a maioria; enquanto isso, muitas mulheres não ligam para a feiura dos companheiros.
Concluo que as mulheres, provavelmente, são mais heterossexuais do que os homens -tão ligados, afinal, em frescuras estéticas, enjoamentos, exigências e minúcias.
Como é que aquele gay, pensa o homofóbico da Paulista, pode ser mais bonito do que eu? Surge o impulso agressivo. Ele volta, depois, à academia de ginástica. O espelho, ali, reflete a sua imagem. Ele é a madrasta de Branca de Neve. Que as luzes do Natal não iluminem seu desfile pela Paulista."
*****
Até +!
Nenhum comentário:
Postar um comentário