SINOPSE
Hua Mulan (Liu Yifei) é a espirituosa e determinada filha mais velha de um honrado guerreiro.
Quando o Imperador da China emite um decreto que um homem de cada família deve servir no exército imperial, Mulan decide tomar o lugar de seu pai, que está doente.
Assumindo a identidade de Hua Jun, ela se disfarça de homem para combater os invasores que estão atacando sua nação, provando ser uma grande guerreira.
CRÍTICA
Lançada em 1998 pela Disney, a clássica animação ‘Mulan’ carrega consigo um legado revolucionário que não apenas finalizou a Era de Ouro de um dos maiores impérios cinematográficos de todos os tempos, mas também apresentou um terreno totalmente diferente do eurocentrismo exacerbado da Casa Mouse – que seria explorado novamente em longas-metragens futuros.
Seguindo as diversas releituras em live-action, o remake do filme foi anunciado – e mais do que isso: iria mudar cenas-chave que caíram no gosto popular e se afastaria do costumeiro respaldo musical, abrindo portas para uma épica narrativa,
Com a divulgação dos primeiros matérias promocionais, ficaria evidente que a aclamada diretora Niki Caro (‘Encantadora de Baleias’) teria um trabalho gigantesco para honrar tanto o trailer quanto as imagens de um épico bélico ambientado na China imperial – e com momentos de ação de tirar o fôlego.
Conhecida por sua abordagem sensível de dramas cotidianos, a diretora mostrou uma versatilidade apaixonante ao render-se ao mainstream.
Baseado no milenar conto ‘A Balada de Mulan’ (assim como a animação original), a história é centrada na personagem titular, aqui interpretada pela nada carismática Liu Yifei.
Destinada a se casar com um homem pré-determinado de sua aldeia e trazer honra para sua família, Mulan nunca se encaixou em estereótipos e rótulos, mas mergulhada nas artes marciais e por sua conexão com seu shi.
Quando mais velha, ela é vista com maus olhos por uma sociedade patriarcal e tradicionalista que não aceita que as mulheres queiram ser algo que “não podem”, como chefes de família ou guerreiras – mas ela não se importa: quando o aleijado pai (Tzi Ma) é convocado para a guerra contra o temível rourano Bori Khan (Jason Scott Lee), que ameaça vingar a morte do pai, matar o imperador e tomar posse da Cidade Imperial, ela rouba a espada e o traje da família e parte para se encontrar com seu batalhão.
A heroína sempre foi símbolo de força e, enquanto a animação era marcada pela adorável e cínica presença de Mushu, aqui o dragão, símbolo de leveza e humor, é colocado de lado por uma alegoria mais chegada à cultura asiática: a fênix.
Representando o renascimento em meio à adversidade, ela surge nos momentos mais difíceis da jornada de Mulan, para lhe dar força e para premeditar algum evento de grande importância – como quando chega ao campo de treinamento ou quando enfrenta Khan no que deveria ser o principal clímax do longa.
Mulan não carrega uma complexidade de verdade e Yifei faz o que pode para deixar de lado a seriedade excessiva da personagem e permitir que o público tenha empatia por ela, como quando ela é obrigada a enfrentar quem realmente é para salvar seus companheiros de guerra e, eventualmente, a vida do imperador.
O problema é que, quando essas partes são unidas, percebe-se uma falta de ousadia no roteiro, abrindo margens para que cada ato seja sim um espetáculo visual, mas uma dinâmica que não chega a lugar nenhum.
A diretora cria aqui uma perspectiva diferente das outras histórias fabulescas da Disney, afasta-se da mesmice dos dramas do gênero e nos entrega uma fotografia vibrante, recheada de cores contrastantes e enquadramentos impressionantes, que mesclam a fragilidade de uma persona marcada por traumas e decepções e a íntima força da qual precisa para superar os problemas e se provar digna.
Essa trajetória também serve como base para explorações interessantes e didáticas, como devoção à família, honra e patriotismo.
O roteiro também não tem muita ideia do que fazer com personagens coadjuvantes, especialmente com a controversa figura de Xian Lang (Gong Li), uma poderosa feiticeira com habilidades metamórficas que tem uma das piores resoluções dos últimos anos e que tem sua incrível presença totalmente descartada, e Chen Honghui (Yoson Na), uma espécie de par romântico da heroína que não tem química nenhuma.
‘Mulan’ é mesmo uma exuberante e impecável atração estética, com um roteiro que parece não acreditar em si mesmo.
GALERIA DE IMAGENS
TRAILER
FICHA TÉCNICA
MULAN
Título Original:
Mulan
Gênero:
Aventura, fantasia
Direção:
Niki Caro
Elenco:
Liu Yifei - Personagem : Mulan
Donnie Yen - Personagem : Commander
Tung
Gong Li - Personagem : Xian Lang
Jet Li - Personagem : The Emperor
Jason Scott Lee - Personagem : Bori Khan
Yoson An - Personagem : Cheng Honghui
Tzi Ma - Personagem : Hua Zhou
Ron Yuan - Personagem : Sergeant Qiang
Roteiro:
Rick Jaffa, Amanda Silver
Trilha Sonora:
Harry Gregson-Williams
Produção:
Chris Bender, Jason Reed
Produtor Executivo:
Barrie M. Osborne
Diretor de Fotografia:
Mandy Walker
Montador chefe:
David Coulson
Dublê:
Matt Berberi
Produção:
Walt Disney Company
Distribuidor brasileiro/Exibidor:
Disney+
COTAÇÃO DO KLAU
Nenhum comentário:
Postar um comentário