
Cerca de 450 salas terão duas sessões noturnas do filme, que vai incluir imagens inéditas sobre as filmagens, e também sobre como foram produzidas algumas de suas cenas mais perturbadoras, como quando a cabeça da menina possuída gira 360 graus ou quando ela levita sobre a cama.
Além disso, serão mostradas entrevistas com o diretor da produção, William Friedkin, o roteirista, William Peter Blatty - também autor do best seller de onde o filme se originou - , e a protagonista, Linda Blair.
"Claro que mudou a minha vida", disse a atriz em entrevista à Agência Efe.
"É um dos filmes mais intensos da história. Faz refletir sobre o bem e o mal, sobre Deus e o Diabo. Há 37 anos repercutiu em todos os setores, especialmente na Igreja Católica. Mas para mim era um simples trabalho", acrescentou.
Foto: EFE

Linda tinha 14 anos quando a produção estreou, em 1973.
O papel da menina Regan, possuída pelo Diabo, é um dos mais reconhecidos da história do cinema e valeu à atriz a indicação ao Oscar e a conquista do Globo de Ouro de melhor atriz.
Muitos disseram que Linda ia conquistar o mundo, mas essas não eram suas intenções.
"Nunca pensei que teria uma grande carreira, porque sempre pensei que iria retornar à escola para estudar. E foi o que fiz. Sempre quis ser veterinária", disse.
E é a isso que Linda se dedica na maior parte do tempo, através da fundação World Heart, que se encarrega de recolher animais abandonados e encontrar um lar estável para eles, algo com o que sonhava inclusive quando o roteiro do filme a obrigou a vomitar uma gosma verde ou a se masturbar com um crucifixo.
Divulgação / Warner Bros.

"Nunca tive medo durante a filmagem", lembrou Linda, hoje com 51 anos.
"É como agora, que estamos falando. Na cena há câmeras, luzes... são necessárias horas para preparar a montagem. Aquilo se prolonga tanto tempo que o medo passa. Nada é real. Ao contrário, se trata de um processo muito técnico e você só pensa nas suas falas", acrescentou.
No filme, a atriz Ellen Burstyn encarna a mãe da adolescente, uma famosa atriz que viaja para Washington temporariamente, no momento em que percebe que sua filha começa a sofrer uma mudança de personalidade extrema.
O elenco do filme, candidato a dez Oscars - venceu o de melhor roteiro adaptado para William Peter Blatty, e o de melhor som -, é completado por Jason Miller, como o padre Karras, Lee J. Cobb, como o tenente Kinderman, e Max Von Sydow, como o padre Merrin.
"O Exorcista" é um dos dez filmes de maior arrecadação na história do cinema, com ajuste da inflação
- a versão original alcançou mais de US$ 440 milhões.
Linda, no entanto, não ficou rica com a produção: seu salário foi de US$ 750 por semana durante os quase três meses de filmagem.
"Se olharmos para trás, a verdade é que ninguém pensava que seria esse sucesso todo", admitiu a atriz, que passou meses viajando pelo mundo durante a promoção do filme, que na época não compreendia de todo.
"Perguntavam-me por Deus, se eu era mentalmente estável... Demorei para me acostumar e, sobretudo, custei a entender do que o filme tratava realmente. As perguntas que esta obra suscita serão mantidas para sempre, pelo menos até a nossa morte", apontou Linda, que considera que a versão estendida do filme, defendida sempre por Blatty apesar da rejeição inicial de Friedkin, é a versão ideal da obra.
Confira o trailer original do filme:
"É o filho de Blatty. Seu objetivo sempre foi causar impacto na sociedade. É o maior ato de magia realizado pelo cinema e agradeço que volte aos cinemas e seja editado em Blu-ray. É uma grande homenagem", concluiu.
A montagem estendida do diretor será lançada nos Estados Unidos em 5 de outubro com três novos documentários: "Raising Hell: Filming The Exorcist", "The Exorcist Locations: Georgetown Then and Now" e "Faces of Evil: The Different Versions of The Exorcist".
A Warner ainda não tem data para o Blue-ray chegar por aqui, mas o DVD da versão estendida é muito bom, e continua disponível para venda para os cinéfilos brasileiros.
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